Ficar mais perto da família, ter horários flexíveis e maior equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal. Muitos são os fatores que levam as pessoas a trabalhar em casa. Acrescente ainda o fato de que, muitas vezes, o investimento para tocar um negócio da própria casa é menor.
“Com o barateamento dos equipamentos de informática e de comunicação, é relativamente barato criar um ambiente funcional para administrar e elaborar suas atividades”, afirma Reinaldo Messias, consultor do Sebrae-SP. Sendo assim, está se tornando cada vez mais comum encontrar empreendedores que adequaram o ambiente familiar ao negócio. “A estrutura física deverá ser adaptável à atividade e não o oposto”, diz.
Veja a seguir cinco histórias de quem está conseguindo administrar um negócio no conforto do lar.
Marketing digital
Um computador, uma impressora e um telefone eram todo o material necessário para que publicitário Abner Joseph do Carmo montar a Alquimidia, uma agência digital, dentro de sua casa. Relutante com a hipótese de começar um negócio já alugando uma sala comercial, Joseph usou o dinheiro da rescisão de um contrato para investir no home office.
Um dos primeiros passos foi uma reforma para separar o ambiente comercial do familiar. “Dessa forma, amenizo as chances de ter minha privacidade invadida e perder clientes”, afirma. Na opinião dele, esses são dois obstáculos comuns na vida de quem decide empreender em casa. “Para driblar essas situações é preciso transmitir ao cliente uma sensação de que ele não está em casa, mas em um ambiente totalmente profissional”, diz.
Atualmente, Joseph tem cinco funcionários e um faturamento anual de R$ 200 mil. Por isso, cogita a possibilidade de se mudar com a equipe para um local maior, mesmo contra sua vontade. “Se não fosse pelo espaço, continuaria trabalhando em casa”.
Beleza
Foi atendendo clientes em domicílio que a cabeleireira Gislaine Marcandali vislumbrou uma grande oportunidade de negócio. Ao oferecer seus serviços com equipamentos básicos (tesoura, escova e secador) de forma improvisada, ela identificou a falta que um lavatório móvel fazia para melhorar a qualidade do trabalho. “Muitas vezes, os cabelos eram lavados no banheiro ou no tanque”, diz.
Com a ajuda do Sebrae e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Gislaine patenteou a ideia, fez cursos profissionalizantes e aprimorou seu novo modelo de negócio. Surgiu assim, em 2009, a Dublê. Vendendo cerca de dez peças por mês (os preços variam entre R$ 890 e R$ 2510), Gislaine se tornou uma empresária por acaso. Com a boa receptividade do produto, ela administra a marca e aperfeiçoa o lavatório, que já lhe rendeu notoriedade e prêmios, como o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios
Mercado pet
Ao voltar de uma temporada na França, Roberta Camara e Jorgen Dehlbom notaram que seus animais de estimação pareciam não ter mais o mesmo apetite pela ração tradicional. Procuraram pelo mesmo tipo de comida que davam para eles durante a viagem. Em vão. Resolveram, então, colocar a mão na massa.
Da cozinha de casa surgiram os primeiros testes de comida natural caseira para cães. Os próprios cachorros e os dos vizinhos experimentavam. O sucesso entre os animais – e com os donos deles – fez com que um novo modelo de negócio surgisse, a Pet Delícia. “Durante essa fase de testes, destruí parte da minha cozinha e dos meus conjuntos de panelas”, diz Roberta.
A venda do produto veio seis meses depois, com a aprovação do Ministério da Agricultura, em 2010. De lá para cá, a empresa ganhou um local mais apropriado para suprir a demanda e abastecer as gôndolas dos supermercados, já que os produtos estão disponíveis em mais de 100 pontos de venda. Tamanho sucesso atraiu a atenção de um grupo de investidores, que deve ajudar a deixar a marca premium ainda mais acessível ao cardápio animal – além da comida para cães, agora a Pet Delícia oferece também uma opção para gatos.
Acessórios
Depois de perder o emprego em uma companhia especializada em design de interiores, a empreendedora Loliane Colpa aproveitou a dispensa do trabalho para ficar mais perto da filha. Foi então que ela investiu no artesanato, um hobby de infância, para criar a Loli Colpa, uma marca de ecojoias que usa o papel como a matéria-prima principal.Na garagem adaptada, ela transforma papeis em acessórios de moda. Com a atividade, já desenvolveu uma máquina específica para a confecção de seus produtos, que está em vias de ser patenteada. “Por trabalhar com material incomum, tive de desenvolver uma técnica própria para realizar meu trabalho”, diz.
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