Nessa sexta-feira (4) é comemorado o Dia Nacional da Adoção de Animais, quando os defensores da causa lembram que antes de comprar um bichinho de estimação é possível resgatar um animalzinho que foi abandonado nas ruas. Para quem está pensando em aumentar a família com um desses amigos de quatro patas, o especialista em comportamento animal Alexandre Rossi dá dicas valiosas.
De acordo com o profissional, muitas pessoas têm receio de adotar, principalmente quando o animal não é um filhote por medo de que não possa ser educado ou gostar do novo dono. “Isso é bobagem, mesmo não sendo filhote o animal é capaz de aprender e também de amar o dono. A Estopinha (cão de Rossi) foi adotada já adolescente, já havia sido devolvida duas vezes por ser bagunceira, e hoje sabe muitos truques e é uma grande companheira”, completa.
Onde adotar
Se você quer adotar, existem vários lugares que disponibilizam cães e gatos de idades variadas. “Existem muitas ONGs que fazem esse serviço e mantêm os animais em abrigos próprios ou temporários. Em cidades de médio e grande porte também há o centro de zoonoses, que hoje é o órgão oficial que recolhe os cães das ruas”, indica.
À primeira vista, alguns abrigos podem parecer sujos e pouco confiáveis pela lotação, mas não estranhe, é preciso entender que a demanda ainda é muito maior que a procura. “Quem mantém um espaço como esse dificilmente consegue se negar a receber um animal que precise, mesmo com a falta de espaço e o dinheiro que custa manter, então as pessoas precisam entender esse dilema”, conta.
Escolhendo seu pet
Ao procurar seu novo bichinho, não tenha em mente necessariamente a idade, e sim o comportamento. “Muita gente tem resistência, porque acha que vai correr um risco maior com crianças e animais mais velhos. Mas se tiver um pouco de noção de comportamento animal, vai ter muito mais certeza do temperamento de um adulto do que de um filhote, que você não sabe como será quando crescer”, explica.
Alguns testes ajudam a ter certeza se o animal é o certo para você, simulando situações reais. “Quer ver se ele aceita outro animal? É possível levar um gato que não tenha medo de cachorro numa caixinha de transporte. Se o cão tentar pegar, você dá uma bronquinha e vê como ele reage. Se não parar e continuar avançando, você já sabe que ele não aceitará. Quem tem criança também pode deixar que ela fique do lado de fora da grade, passe do lado do cão ou mesmo dê um petisco, e ver como o cão reage. Pode também usar uma mão falsa e, com um cabo de vassoura, colocar perto do pote de ração quando ele estiver comendo, para ver se é possessivo”, ensina.
O que ter em mãos
Para fazer a adoção, muitas vezes é preciso preencher um termo de compromisso, portanto, leve com você algum documento de identidade. “É bom ter uma caixa para transporte, que é um jeito seguro de levar o animal no carro. Uma guia e uma coleira também são interessantes, um saquinho para poder levar a ração que ele está comendo no local atual e um pano, porque ele pode não estar acostumado a andar de carro e ficar enjoado”, aconselha Rossi.
Os primeiros dias
Ao mudar de ambiente o seu novo amigo precisará de um tempo para se adaptar. Como a mudança de local é repentina, é preciso minimizar ao máximo o estresse, fazendo companhia e cuidando bem da alimentação. “É melhor que você leve o animal no final de semana, quando vai poder passar um tempo com ele na casa e facilitar essa adaptação. Se puder evitar a mudança brusca de alimentação também é bom, mesmo que ela não seja adequada. O ideal seria não mudar nos primeiros três dias, até ver que está tudo bem, que ele não está com diarreia ou dor de barriga. Depois, substitua duas refeições pela nova, se não tiver nenhum problema pode mudar totalmente em quatro ou cinco dias”, indica.
Como eles podem ficar agitados, manter o espaço livre de objetos que ofereçam risco é indispensável. “Ele pode se colocar em risco nos primeiros dias. Tire fios e produtos tóxicos do alcance e, se não for possível, mantenha o bichinho em um lugar onde esteja seguro e observe”, finaliza.
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