Quem nunca teve seu dia de mau humor, ou mesmo crises eventuais? O problema é quando as alterações deste estado são constantes e acabam prejudicando o cotidiano e a vida.
Conforme salienta Cristiane Moraes Pertusi, doutora em psicologia do desenvolvimento humano pela Universidade de São Paulo (USP), mudanças frequentes podem indicar questões emocionais como depressão, ansiedade ou outros transtornos. “Características de personalidade e história de vida influenciam, além de substâncias cerebrais que regulam este setor.”
Se você é apenas um mal-humorado eventual, talvez se surpreenda com esta informação: quando o quadro é permanente, vira doença, com nome e tudo – distimia. Reconhecida pela medicina nos anos 1980, significa uma forma crônica de depressão, só que com sintomas mais leves.
“Enquanto o indivíduo com depressão grave fica paralisado, quem tem distimia continua tocando a vida, mas está sempre reclamando. Só enxerga o lado derrotista de tudo e não sente prazer em nada.
A diferença entre ele e o resto dos mal-humorados é que os últimos se queixam de um problema, mas param diante da resolução. O distímico lamenta até se ganha na loteria. Não fica feliz, porque começa a pensar em efeitos negativos, como ser alvo de assalto ou sequestro”, explica o psiquiatra Leonard Verea, especializado em medicina psicossomática e hipnose.
O transtorno mental afeta ao menos 180 milhões de pessoas no mundo. Quando não tratadas, elas tendem a se isolar. “A doença não deve ser subestimada, pois o portador corre um risco 30% maior de desenvolver quadros depressivos sérios.”
DICAS PARA MELHORAR O HUMOR:
Para quem não tem a doença e apenas apresenta momentos eventuais de mau-humor, aí vão algumas dicas que podem ajudar a controlar tais variações:
Busque o autoconhecimento. “Dessa forma, você compreenderá melhor a si mesmo, favorecendo sua qualidade de vida e suas relações afetivas, o que terá consequências sobre o humor”, diz a psicóloga Cristiane Moraes Pertusi
Reserve um tempo para se exercitar. “Após a atividade física, há liberação de endorfina pelo cérebro, além de outras substâncias que estimulam o humor positivamente, dando sensação de prazer e bem-estar”, salienta Cristiane Pertusi
Procure dormir bem. “Descansar ajuda a regular a vida fisiológica e mental”, observa a psicóloga
Aprenda a dizer não. “É uma ótima ferramenta. Priorize o que é essencial, pois assim terá mais alegria sabendo que está se dedicando a suas prioridades”, considera o psiquiatra Leonard Verea
Adote uma alimentação saudável. “É básico, para viver bem, estar feliz com o próprio corpo e sem problemas de saúde”, diz Verea
Quando sentir que a irritação está a caminho, relaxe a mente e o corpo, sem se deixar levar pela agitação. Respire e expire calmamente, afastando os pensamentos negativos.
Se perceber que não consegue ter domínio sobre o próprio humor, busque ajuda em trabalhos terapêuticos ou aconselhamento psicológico.
Nenhum comentário ainda.