Verão pede sol, praia, piscina e cuidado redobrado com a pele. É na estação quente que as manchas no rosto aparecem ou ficam mais evidentes. Quem tem sardas sabe disso e não deve abrir mão dos óculos de sol grandes, do chapéu com abas largas e do protetor solar com fator acima de 50. Os raios solares também são responsáveis por causar melanoses e melasmas – este último pode aparecer por mil e um motivos e não tem uma “cura”, apenas procedimentos que melhorem seu aspecto. Saiba como amenizar cada um dos tipos!
Sardas e melanoses
O caso mais simples são as efélides, nome formal das pintinhas no rosto, porque respondem à Luz Intensa Pulsada sem riscos de piorar, já que estão na parte mais superficial da pele. Mas é natural que elas escureçam durante o verão e tornem-se mais claras no inverno. “Outro método que pode ajudar é o microagulhamento, também recomendado para suavizar rugas e marcas de expressão, combater a flacidez facial e melhorar a textura da pele”, conta Flávia Ravelli, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Nesta técnica, são feitos minúsculos furos para estimular as células responsáveis pela produção de colágeno e, consequentemente, renovar a região danificada. Agentes despigmentantes e protetor solar também devem ser associados.
As melanoses, conhecidas popularmente por “manchas senis” por serem frequentes em pessoas mais velhas, também podem ser resolvidas por meio da Luz Intensa Pulsada. As pigmentações, que surgem no rosto, no colo, nos ombros e no dorso das mãos e dos braços ao longo da vida, têm rápida melhora com lasers e peeling químico.
Fitofotodermatose
Ao fazer caipirinhas em festas na piscina, espremer limão sobre a isca de peixe na praia ou tomar aquele mate geladinho, é importante tomar cuidado e lavar bastante as mãos e áreas eventualmente atingidas. As frutas cítricas e ácidas, como limão, figo, lima ou abacaxi, podem causar manchas escura, bolhas de queimadura ou vermelhidão nas mãos, nas pernas, no rosto ou no buço. As fitofotodermatoses, manifestadas após o contato de substâncias químicas eliminadas por plantas, podem demorar um pouco para desaparecer, mas são simples de serem evitadas.
“O laser não é o melhor método. O que podemos fazer é avaliar a mancha e fazer de três a dez sessões de peeling químico com ácido retinoico. E, em casa, é só aplicar protetor três vezes por dia e usar clareadores à base de ácido retinoico, kórjico, mandélico, glicólico ou fítico, dependendo do tipo da pele”, explica Amilton Macedo, médico dermatologista com prática em oxidologia e responsável pela pele e pelo corpo de celebridades como Sabrina Sato, Fernanda Motta, Débora Falabella, Mirella Santos e Mariana Weickert.
Melasmas
O melasma pode ser provocado pelo sol, sim. Mas existem outros vários fatores: uso de anticoncepcional, reposição de hormônio e gestação. Morenas, orientais e negras têm maior predisposição a esta mancha – não que pessoas branquinhas não possam desenvolvê-las, mas é raro. “A primeira coisa que a pessoa precisa colocar na cabeça é que o melasma não tem cura, tem controle. É como se o rosto, a região mais atingida, se programasse geneticamente para se bronzear mais do que as outras partes do corpo, produzindo mais melanina”, explica Macedo.
Antes de começar qualquer procedimento clínico, a fotoproteção adequada é fundamental: bloqueador fator 50 ou além. “Use filtro com cor para proteger contra a luz visível – a iluminação que atravessa as janelas de sua casa ou do escritório –, que não leva ao câncer de pele, mas estimula a pigmentação, formando manchas”, afirma Flávia.
Alguns tratamentos estéticos podem dar certo, outros não. O que comanda neste caso é o organismo de cada um; no entanto, quanto mais métodos associados, melhor. “Por via oral, recomendamos um nutricosmético chamado Oli Ola que auxilia na diminuição da pigmentação; posso dizer que tenho visto resultados”, diz Macedo.
Laser costuma ser muito agressivo para o problema, o único indicado é o Spectra, que reduz o tamanho da célula que produz a melanina. Geralmente, são feitas 15 sessões semanais, mas é preciso prestar atenção aos resultados: algumas pessoas apresentam o efeito rebote, por isso o acompanhamento médico é tão importante para que outros meios sejam testados. “E não adianta optar pelo laser e ficar 15 minutos exposto ao sol sem proteção, porque o melasma pode escurecer”, reforça Macedo.
Os despigmentantes diurnos são produzidos a partir de ácido kójico e mandélico, por exemplo, enquanto o retinoico deve ser aplicado à noite para evitar irritação. Permitida nos dois períodos, a vitamina C é um grande clareador cutâneo, além de ter ação regeneradora. Um aparelho americano chamado Visia Black, presente em alguns consultórios médicos, consegue identificar o grau de profundidade do melasma para que o profissional consiga dar uma orientação melhor para o caso. Flávia também recomenda o fotoprotetor oral. “Comprimidos compostos de licopeno, betacaroteno, Polypodium leucotomos ou Pinus pinaster ajudam a proteger o DNA contra a radiação dos raios ultravioletas”, conclui.
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