O hobby de confeccionar hijabs, véus usado por mulheres islâmicas para cobrir os cabelos, transformou Amena Khan em queridinha da internet e mulher de negócios. Em 2009, a inglesa inaugurou um canal no Youtube para postar vídeos em que mostrava várias maneiras de usar seus lenços. Os conteúdos começaram a se tornar populares entre a comunidade muçulmana dentro e fora do Reino Unido e Amena passou a postar também tutoriais de maquiagem, acessórios que gosta de usar e dicas de comportamento, como os problemas comuns de um casamento e como funciona um casamento arranjado.
Hoje, o canal da inglesa já possui quase 150 mil assinaturas (para se ter uma ideia, blogueiras brasileiras têm, no máximo, 45 mil assinantes em suas contas no Youtube) e o sucesso fez com que ela iniciasse seu próprio negócio, o Pearl Daisy, um e-commerce de hijabs, hoojabs (véus exclusivos de Amena), acessórios e roupas. A página da loja virtual no Facebook já soma quase 250 mil fãs e o perfil no Instagram mais de 100 mil seguidores.
Ícone de lifestyle, Amena já gerou muita polêmica por conta de vídeos que tratam de temas como “o que fazer quando alguém critica o seu hijab”. Leitoras questionaram Amena sobre suas “técnicas para não tocar em homens”: “quando você é pressionada por cinco pessoas no metrô de Londres na hora do rush, significa que você não pode viajar na hora do rush, pois isso iria estragar a sua empregabilidade. O que você faz em uma entrevista quando o entrevistador é um homem?”, escreveu uma de suas seguidoras.
Em outro vídeo, Amena mostra uma segurança a revistando no aeroporto em Los Angeles e registra o quanto esse tipo de comportamento a incomoda – e que isso só acontece porque é muçulmana. Apesar de apio de algumas leitoras, Amena foi duramente criticada por outras: “Sou americana e me pareço americana. Já tive que ir para “a sala” antes. E já tive o meu cabelo checado várias vezes também. Nós temos que conviver com isso ou escolher não viajar mais de avião. Não há necessidade de reclamar ou insultar o ato. Isso não leva a nada”.
Em entrevista ao blog inglês “Mosaic”, Amena diz que é comum as pessoas acharem que mulheres mulçumanas são oprimidas: “O termo é mal utilizado com muita frequência. Também dizem que passamos por uma lavagem cerebral. Quando sou acusada com qualquer um desses termos, dou risada”, disse. Ela também afirma que “como uma mulher muçulmana, o Islã me encoraja a contribuir positivamente para a sociedade. Espero que meninas e mulheres sejam capazes de ver que, se as nossas intenções são boas, seremos abençoadas pela misericórdia de Deus”.
Amena deixou ainda um recado para as mulheres que a seguem: “Não comprometa sua integridade e, lembre-se sempre que o Islã deve necessariamente influenciar todas as partes da vida – incluindo o trabalho e os negócios”.
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