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  • Escola: 9 habilidades que seu filho aprende – muito além de ler e escrever

    3 de junho de 2013

    Dos primeiros dias no berçário à chegada ao ensino fundamental, a escola traça uma série de expectativas de aprendizagem em eixos como identidade e autonomia, linguagem oral e escrita, matemática, natureza e sociedade, música e movimento. Isso é o que está no  currículo e nas primeiras conversas com a coordenadora pedagógica. Mas, no dia a dia – ainda bem! –, acontece muito mais. Enquanto absorvem conteúdos formais, as crianças desenvolvem saberes sociais preciosos com impactos pouco palpáveis em notas ou avaliações de desempenho. Porém, farão toda a diferença no modo de lidarem com o mundo. “Habilidades e competências como respeitar o outro, saber ouvir, concentrar-se e dividir objetos e o espaço ao redor têm relação direta com a alfabetização e todas as aprendizagens posteriores”, diz Tania Zagury, filósofa, mestre em Educação, autora deFilhos, Manual de Instruções (Ed. Record) e colunista do site CRESCER. Ou seja, são ganhos, digamos, paralelos, que vão influenciar inclusive nas aquisições de novos conhecimentos. Por mais que seu filho tenha amigos no condomínio, no clube ou no parque, a escola tem algo que outros lugares não têm: “A convivência com o mesmo grupo e com uma frequência maior (são, no mínimo, 200 dias letivos), por horas seguidas, realizando atividades diversas”, afirma Liamara Montagner Salamani, coordenadora de educação infantil do Colégio Santo Américo (SP). Sem dúvida alguma, serão mais do que aprendizados: cada ensinamento vai se transformar em marcantes lembranças. Tanto para o seu filho quanto para você. Assim como a transmissão do conteúdo, é extremamente importante que essas lições também sejam acompanhadas bem de perto pelos pais. Eis, a seguir, uma lista de nove habilidades que seu filho vai aprender na sala de aula que não estão no currículo.

    1 – Quem espera… tem que ser paciente

    Essa é a primeiríssima coisa que um bebê ou uma criança pequena experimenta quando chega à escola, ao contrário do que acontece em casa, em que certamente não faltam candidatos para atendê-la ao primeiro chamado. “Por vezes, um bebê tem de ver o outro tomar mamadeira no colo enquanto ele mesmo também quer um colinho. Lida-se com uma porção de experiências boas e também com frustrações – como se fosse um mundo real em pequena escala”, diz Pnina Eva Friedlander, coordenadora do berçário e dos grupos integrados da Escola Carandá Vivavida (SP). O mesmo acontece, de cara, com brinquedos e afins: na maioria das vezes, o objeto desejado estará longe ou na posse de um colega e ele terá de ser paciente até chegar a vez dele, além de aprender a pedir com jeitinho, a agradecer…

    2 – Existem diversos tipos de carinho
    A convivência com os professores e demais funcionários da escola revela para a criança uma relação diferente daquela que tem com pais, avós, irmãos, tios e primos. “Os profissionais da educação são afetivos e firmes. Nossa função é trabalhar com limites. A família, embora também faça isso, em geral é mais permissiva”, afirma Eliana de Barros Santos, diretora pedagógica do Colégio Global (SP). Com o passar do tempo, as crianças vão se encantando por esse tratamento e pelos saberes diferentes dos professores e cuidadores e passam a se “apaixonar” por eles. Não raro, imitam o jeito de falar e brincar, provando quanto os gestos são observados e assimilados. Claro que o efeito será ainda melhor se os pais validarem e valorizarem o convívio.

    3 – Ser flexível é preciso

    Por mais que resista ou espere o lugar e momento ideais, seu filho vai acabar se entregando ao sono no meio do barulho. As sonecas vão acontecer com menos exigências, assim como a hora de comer. Ponto para a versatilidade: vai ser mais difícil a criança estranhar um almoço em um restaurante, um cochilo em um parque ou uma noite em um hotel. “Aqui, por exemplo, as crianças dormem em berços e em colchonetes no chão, lancham ora na mesa do refeitório, ora no banquinho do pátio ou até mesmo em piqueniques”, diz a pedagoga Pnina. Isso não quer dizer falta de rotina mas, sim, um jeito de treinar flexibilidade.

    4 – O diferente é normal

    Desde o berçário, as crianças já assistem e vivem seus desenvolvimentos diferentes, embora tenham a mesma idade e possibilidades. Só que, para ela, as diferenças – seja por raça, cor, classe social, presença ou não de alguma deficiência, religião ou costumes familiares – não as impede que brinquem e aprendam juntas. “É a sociedade que marca o dito ‘diferente’, não a criança. Ela tem a tendência de ver e aceitar o outro como ele é. Por meio da observação, começará a assimilar modelos morais e éticos, o que faz da intervenção e da mediação do professor ações importantíssimas”, diz Liamara, do Santo Américo. E tudo está sob o olhar delas. Analisam não apenas a convivência entre as crianças, mas entre os funcionários e, claro, a relação da família com a escola. E quanto mais natural for, mais “normal” ela poderá encarar.

    5 – Sem medo do novo

    Cultivar hortas na escola tem sido uma ótima forma de colher hábitos saudáveis. Criança ama entender o “como se faz”. As formas são várias e que tal um canteiro em que as crianças não apenas vejam uma variedade de cores, formas e aromas, mas também se apegam à atividade como uma brincadeira? E, de quebra, vão experimentar algo novo sem muito alarde ou a “torcida” exagerada, mas em companhia dos amigos. “Tomar lanche e almoçar em grupo é muito positivo. Afinal, se o outro está comendo, experimentando algo novo ou trocando merenda, eu também vou querer!”, diz a filósofa Tania. “No momento em que estão descobrindo o mundo, é particularmente interessante promover atividades que envolvam pesquisa, ludicidade e linguagem. Isso acontece, sim, ao semear, plantar, observar o crescimento de um vegetal, colhê-lo e usá-lo para preparar uma receita”, diz Teresa D’Angelo Santos, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Vital Brasil (SP).

    6 – Medalhas não importam

    Na educação infantil, o ponto de partida de atividades e esportes coletivos é começar a trabalhar o conceito de compartilhar. “Se a criança não partilha sequer um objeto, não entenderá seu papel dentro de uma equipe”, diz Wallace Oliveira Marante, professor de Educação Física do Colégio Santa Maria (SP). Enquanto aprendem sobre tal papel, as turmas percebem que todos cumprem funções indispensáveis, ainda que só alguns marquem o gol no futebol. Recuperar a posse de bola, por exemplo, é tão importante quanto a finalização da jogada. “Outra questão que entra em cena é a de que o adversário é um parceiro sem o qual o jogo sequer aconteceria – não um rival a ser derrotado a todo preço”, explica Marante. Pode parecer óbvio, mas é fundamental a criança aprender os limites da competitividade (pense como anda difícil o trabalho em equipe no “mundos dos adultos”). E não para por aí: a cada final de jogo, é hora de refletir, com a ajuda do professor, sobre os motivos que levaram à vitoria ou à derrota, ir desenvolvendo um jeito de lidar com a frustração e aprender a traçar novas estratégias para oportunidades futuras.

    7 – Brincadeira tem limite

    Basta ser um grupo de crianças para a coisa sair do controle vez ou outra. Isso não tem o menor problema, mas se um tapa ou uma ofensa escapar, as consequências chegam em seguida. Depois de uma briga ou discussão, o primeiro reflexo é colocar a culpa no outro, e aí é hora de intervir. A mediação do professor pode demonstrar algo complicado de se ensinar, mas gostoso de se viver: a compaixão. Com o manjado – mas sempre infalível – exercício de se colocar no lugar do colega, a criança começa a perceber as implicações de seus gestos. “Ajuda a entender que a brincadeira existe somente enquanto todo mundo se diverte. Se alguém sai machucado ou triste, dependendo da intensidade da mãozinha no corpo do outro ou da força das palavras, é hora de parar e conversar”, diz Teresa Santos.

    8 – Dois ouvidos, uma boca

    Criança ama contar histórias, principalmente às segundas-feiras para os professores. Difícil é contê-las todas querendo falar ao mesmo tempo. E isso é excelente! Tecer uma narrativa a um amigo ou professor, contando algo que se viveu, pensou, sonhou ou sentiu faz parte do desenvolvimento humano e é um passo enorme para entender o outro e se fazer ouvir. “Esse é um dispositivo que as crianças têm – e nós, adultos, também, apesar de esquecermos de vez em quando – para organizar o meio em que vivem e lidar com seus fantasmas”, diz Giuliano Tierno, educador e especialista em contação de histórias. Ao nomear e escutar experiências e dar sentido a elas, a criança percebe que as vivências (mesmo as ruins, como os medos) não são exclusivamente dela.

    9 – Somos todos um só

    No cuidado com si mesma, com o outro e com o ambiente ao redor, a criança começa a demonstrar preocupações singelas, mas carregadas de intencionalidade. “Se um amigo cai e rala o joelho, o outro corre a perguntar: ‘Quer ajuda para por gelo?’”, conta Silvana Pinheiro, professora do Colégio AB Sabin (SP). Oferecer um pedaço do lanche, tomar partido diante de uma injustiça ou simplesmente dar um abraço são pequenas gentilezas que só aparecem no dia a dia, sem planejamento da escola ou desejo dos pais. “De 1 ano e meio a 2, a criança começa a demonstrar aquilo que chamamos, no homem, de ‘sentido gregário de vida’, que está relacionado à capacidade de pertencer a um grupo. Então, ela vê outro bebê passeando e começa a interagir, como se dissesse: ‘Opa, esse é dos meus!’. E entre as grandes aprendizagens da fase da educação infantil estão justamente a alegria e a vontade de permanecer junto de forma prazerosa e civilizada”, diz a filósofa Tânia. Quer um motivo melhor que esse?

    Fonte: Crescer

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